Você já viu aqueles programas de televisão nos quais uma equipe vai até a casa de uma pessoa acumuladora ou desorganizada e deixa tudo maravilhoso? Parece um sonho, né? Imagina! você volta para casa e toda a bagunça se foi! Está tudo limpo e organizado. Mas você já parou pra pensar no depois?
Muitas vezes, quando esses programas voltam, depois de um tempo, para visitar a pessoa, lá está a bagunça novamente. Algumas pessoas podem perguntar "Como ela deixou que ficasse assim novamente?" ou "Não tem jeito, é um caso perdido mesmo" ou ainda "é uma porca! gosta de viver na sujeira e na bagunça".
E por que isso acontece? Será mesmo que a pessoa não gostaria de viver num ambiente limpo e organizado? Ou será que ela simplesmente não consegue?
Todos nós gostaríamos de viver em ambientes bonitos, limpos e organizados, mas existem muitos fatores que não colaboram ou realmente impedem que isso aconteça. A primeira tendência é elencar os problemas que têm a ver com outras pessoas ou fatores externos: minha família ou meu companheiro(a) não ajuda, eu trabalho muito, não tenho tempo, não tenho espaço, não tenho dinheiro... Com certeza muitos desses fatores atrapalham mesmo ter um ambiente organizado.
Entretanto, como dizem muitos psicólogos, a bagunça constante nos ambientes tem muito mais a ver com uma bagunça interna.
A bagunça não tem a ver com os objetos. Tem a ver com você.
Ter muitos objetos, ou não ter os locais apropriados para guardá-los nem sempre é o real problema. O problema maior talvez esteja na bagunça de sentimentos, de pensamentos, de emoções.
Muitas pessoas são desorganizadas pois não foram ensinadas, quando crianças, a desenvolverem habilidades necessárias e gosto por organização. Muitas vezes foram criadas por pessoas que realmente não se importam com um ambiente bagunçado (embora isso não faz com que não sofram seus efeitos).
Outras pessoas, com quadros de ansiedade ou depressão, podem pensar: "pra que fazer isso, se é um trabalho que nunca termina?" e então nem começam... e aí as pilhas de coisas vão se acumulando, acumulando... e a pessoa vai se sentindo cada vez mais frustrada, impotente, paralisada e triste. Sente-se incapaz e envergonhada, afinal, "como ela não consegue?"
Muita gente, presa ao passado, guarda e acumula muitos objetos, como se pudesse reviver momentos com pessoas queridas ou pudesse retê-las através desses objetos. Se desfazer deles significaria separar-se novamente da pessoa querida. Retê-los é ter um suposto controle.
Outros acumulam por medo de escassez ("e se faltar no futuro?" ou "e se eu precisar disso um dia?"), ou até por carência: as coisas ocupam o espaço, ocupam a visão e a mente, quase como uma "companhia" que a pessoa pode não ter.
Para muitas pessoas, não basta comprar organizadores bonitos e etiquetar tudo. É necessário ir mais a fundo e encontrar a raiz do problema, que pode sim, estar ligada às emoções e sentimentos.
As pessoas desorganizadas estão "condenadas" a serem assim para sempre? A resposta é: NÃO! Com uma auto-analise sincera, vontade real de mudar e talvez um pouco de ajuda profissional, a pessoa bagunceira ou acumuladora pode melhorar muito.
Algumas questões para refletir:
Como eu defino "bagunça"?
Como eu a identifico em minha vida?
Qual ambiente ou área da minha vida está mais bagunçada?
Como a bagunça me fere, me machuca? Como ela me faz sentir?
Quais são as consequências ruins de ter uma vida bagunçada?
Quanto tempo eu perco por ser desorganizada?
Como seria ter uma vida organizada?
Como seria ter meu ambiente organizado?
Responder honestamente a essas questões pode ser o início da mudança para um estado mais organizado, produtivo e feliz. Saber o diagnóstico já um grande passo em direção à melhora. Mas lembre-se: A bagunça não aconteceu do dia para a noite, então o trabalho real de organização também não acontecerá. Não se iluda! O importante é tomar consciência de algumas possíveis razões e efeitos para poder ir dando um passo por vez.
Por onde começar?
Enquanto pensa nas respostas às questões anteriores, escolha UMA ação que leve menos de 5 minutos para ser feita e repita essa ação durante a próxima semana toda. Por exemplo: recolher roupas do chão, arrumar a cama, lavar aquele pouquinho de louça na pia, retirar os papéis inúteis da bolsa ou da sua mesa no escritório. Mas leve à sério: não pode tomar mais do que 5 minutos. Na próxima semana, perceba se já consegue fazer essa ação automaticamente. Continue até perceber que ela virou um hábito, um bom hábito, que te dê satisfação e sensação de alegria e vitória.
Aos poucos, com um passo atrás do outro, uma atitude que vira hábito (e depois novas atitudes virando novos hábitos) você começa a mudar sua forma de pensar, fica mais motivada e satisfeita com seus progressos, mais organizada e feliz.
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Um beijo, Stella e Malu